Dilma sanciona com vetos lei que obriga a detalhar impostos em notas fiscais

A partir de junho de 2013, o consumidor deve receber notas fiscais detalhando o valor dos impostos embutidos no preço de produtos ou serviços adquiridos. A Lei 12.741/12 foi publicada na edição desta segunda-feira (10) do Diário Oficial da União, após ser sancionada com vetos pela presidente Dilma Rousseff.

A primeira mudança em relação ao texto aprovado pelo Congresso Nacional é que deverão ser identificados sete, e não nove tributos.

Informações referentes ao Imposto de Renda e a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) foram vetadas pela presidente.

Outro veto diz respeito à parte do texto que determinava a identificação do tributo mesmo que estivesse sendo questionado na Justiça ou em processo administrativo.

Os sete impostos que deverão constar na nota fiscal são: IOF (Imposto sobre Operações Financeiras ), IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), PIS/Pasep, Cofins, Cide (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico), ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e ISS (Imposto sobre Serviços).

Lei entra em vigor em junho

Para que os estabelecimentos comerciais tenham tempo para se adaptar às novas regras, a lei só entra em vigor seis meses após ser publicada.

A partir daí, quem descumprir a lei pode ser enquadrado no Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90). A pena inclui multa, suspensão da atividade ou cassação da licença de funcionamento.

A lei é fruto de uma iniciativa popular que reuniu aproximadamente 1,56 milhão de assinaturas coletadas pela campanha nacional De Olho no Imposto, da Associação Comercial de São Paulo.

Na semana passada, um grupo de manifestantes reuniu-se em São Paulo para pedir a aprovação da medida pela presidente.

Serviços financeiros

No caso dos serviços financeiros, as informações sobre os tributos deverão ser colocadas em tabelas fixadas nos pontos de atendimento, como agências bancárias.

O IOF deverá ser discriminado somente para os produtos financeiros, assim como o PIS e a Cofins, somente para a venda direta ao consumidor.

Contribuição previdenciária e importados

A lei também estabelece que a nota fiscal deverá trazer o valor da contribuição previdenciária dos empregados e dos empregadores sempre que o pagamento de pessoal constituir item de custo direto do serviço ou produto fornecido ao consumidor.

Sempre que os produtos forem fabricados com matéria-prima importada que represente mais de 20% do preço de venda, os valores referentes ao Imposto de Importação, ao PIS/Pasep e à Cofins incidentes sobre essa matéria-prima também deverão ser detalhados.

Fonte: UOL

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09 de Dezembro, dia internacional contra a corrupção

A ONG – Amigos Associado de São Pedro da Aldeia (AASPA) não poderia deixar este dia passar
despercebido pela sociedade de São Pedro da Aldeia, sem que fosse feito pelo menos esta
singela homenagem.

O Dia Internacional Contra a Corrupção, comemorado no dia 9 de dezembro, é uma referência
à assinatura da Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção, que ocorreu na cidade
mexicana de Mérida. Em 9 dezembro de 2003, mais de 110 países assinaram a Convenção, que
entrou em vigor, internacionalmente, no dia 14 de dezembro de 2005.

No Brasil, a Convenção da ONU Contra a Corrupção foi ratificado pelo Decreto Legislativo
Nº 348, de 18 de Maio de 2005 e promulgada pelo Decreto Presidencial Nº 5.687, de 31 de
janeiro de 2006. A Convenção da ONU Contra a Corrupção é o mais completo e abrangente
instrumento internacional juridicamente vinculante (que obriga cumprimento). Prevê a
cooperação para recuperar somas de dinheiro desviadas dos países (rastrear, bloquear
e devolver bens) e prevê a criminalização do suborno, lavagem de dinheiro e outros atos
criminosos, ligados à corrupção.

A corrupção não é um fenômeno que ocorre de forma isolada no Brasil, tão pouco é
característica da cultura brasileira. Com a intensificação das relações internacionais e o
fortalecimento da globalização o problema atingiu escala mundial.

É certa que a corrupção existe desde as primeiras civilizações e hoje ela é uma realidade tanto
nos países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento. A corrupção é uma pratica
antidemocrática que acarreta descrédito nas instituições públicas e o enfraquecimento dos
valores morais.

Foram estas e outras razões que motivaram a criação da AASPA – Amigos Associados de São
Pedro da Aldeia com a finalidade de buscar a transparência e a fiscalização das ações dos
poderes municipais.

Nesta oportunidade queremos nos congratular com todos aqueles que lutam, e lutaram, com
o sacrifício da própria vida, como foi o caso do Vereador de Analândia no estado de São Paulo
que foi assinado por denunciar o Prefeito daquela Cidade por desvio de Recursos Públicos
e muitos outro que vivem constantemente sobre ameaças por terem tido a coragem de
denunciarem gestores públicos corruptos.

Que esta data seja lembrado sempre, e que a sociedade lute com todas suas forças na
tentativa de reduzir ao mínimo tolerável este mal que atinge tantas pessoas mundo afora,
principalmente as mais necessitadas, e que dependem dos recursos públicos para sobreviver
com saúde, educação, segurança, dignidade e respeito.

Por: Zózimo Ribeiro Lisbôa
Diretor – Administrativo da AASPA

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Manifestantes pedem ‘mão dura’ em atos contra corrupção no País

Em Brasília, os manifestantes fizeram uma corrida contra a corrupção e cobraram mais rigor

Milhares de pessoas foram às ruas neste domingo em várias cidades do País para participar dos atos ligados ao Dia Internacional Contra a Corrupção, no qual pediram “mão dura” e celebraram as recentes condenações dos políticos envolvidos no caso do mensalão. Em Brasília, os organizadores da manifestação convocaram uma corrida de 10 km pela Esplanada dos Ministérios, onde estão todos os edifícios do Poder Público, incluindo o Supremo Tribunal Federal (STF), que condenou 25 políticos e empresários pelas práticas corruptivas denunciadas em 2005.

Muitos dos participantes – 1,2 mil, segundo fontes policiais – expressaram seu apoio ao Supremo com cartazes e cânticos, nos quais pediam aos juízes seguirem sendo “duros” e “intransigentes” com a corrupção. “Estamos realizando avanços consistentes na luta contra a corrupção, mas também queremos que essa luta não acabe e que se aprofunde cada vez mais”, declarou Ziller Henrique, funcionário do Tribunal de Contas e um dos organizadores da corrida.

As manifestações contra a corrupção também se repetiram em São Paulo e em outras capitais regionais, nas quais a tônica também foi o apoio ao Supremo e a celebração pelo resultado do chamado “julgamento do século”.

O mensalão do PT

Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.

No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.

Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.

O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

A então presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.

Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e o irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.

A ação penal começou a ser julgada em 2 de agosto de 2012. A primeira decisão tomada pelos ministros foi anular o processo contra o ex-empresário argentino Carlos Alberto Quaglia, acusado de utilizar a corretora Natimar para lavar dinheiro do mensalão. Durante três anos, o Supremo notificou os advogados errados de Quaglia e, por isso, o defensor público que representou o réu pediu a nulidade por cerceamento de defesa. Agora, ele vai responder na Justiça Federal de Santa Catarina, Estado onde mora. Assim, restaram 37 réus no processo.

Fonte: Terra

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Dia Internacional de Combate à Corrupção

No Dia Internacional de Combate à Corrupção, juiz defende mobilização da sociedade em favor da reforma política

Para que o Brasil avance no combate à corrupção é preciso que seja implementada a reforma política no país, avalia o juiz Marlon Reis, um dos coordenadores do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), rede com mais de 50 entidades nacionais. Para ele, a sociedade deve se mobilizar com esse objetivo, como fez para conquistar a aplicação da Lei da Ficha Limpa.

Reis, um dos idealizadores e redatores do texto legal, lembrou que a lei que impede a participação nas eleições de candidatos que sofreram condenação criminal por decisão de um colegiado é fruto de iniciativa popular. Cerca de 1,6 milhões de assinaturas foram reunidas em seu favor. Aplicada pela primeira vez nas eleições municipais deste ano, a Lei da Ficha Limpa barrou mais de 900 candidaturas em todo o país.

“Todo mundo fala que a reforma política é fundamental no país, então temos que começar a agir de acordo com essa convicção. Não se deve esperar pelo Congresso Nacional apenas, a sociedade pode se articular e se mobilizar para esse fim”, disse o juiz, que recebeu na última sexta-feira (7) um prêmio do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (Undoc) pelo seu trabalho no combate e na prevenção à corrupção. O reconhecimento foi feito em um evento, organizado pelo órgão em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), que antecipou a comemoração pelo Dia Internacional de Combate à Corrupção, lembrado hoje (9).

Marlon Reis explicou que um dos efeitos práticos da reforma política será a transparência no processo de financiamento das campanhas. Ele defende que empresas privadas sejam proibidas de doar dinheiro para promover candidaturas no país.

“O que vemos hoje é que a maior parte das doações é feita por bancos, mineradoras e empreiteiras. É claro que a maioria faz isso por interesse, para manter uma proximidade com o poder. Isso deveria eliminado do processo eleitoral”, disse, acrescentando que o financiamento deveria ser feito, em boa parte, pela participação do cidadão “com quantias pequenas, mas que representam uma colaboração cívica”.

O juiz Marlon Reis, que atua no Maranhão, destacou ainda que a sociedade brasileira “vem amadurecendo” nesse tema e citou outra conquista importante, a aprovação da Lei de Acesso à Informação.
De acordo com o ministro da CGU, Jorge Hage, nos seis primeiros meses desde que a lei entrou em vigor, em maio deste ano, foram recebidos mais de 50 mil pedidos de informação, dos quais mais de 90% foram respondidos em um prazo médio de dez dias.

Para Hage, que também defende a participação social no controle das atividades públicas, os números indicam que “os órgãos públicos têm mostrado eficiência em uma área inteiramente nova”, que faz parte do esforço das instituições brasileiras para combater os desvios de verba pública e a corrupção no país.

Fonte: Agência nacional

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Está aberta a Redação das Propostas do Diálogo Virtual sobre Governo Aberto

Fase para redação das propostas sugeridas pela sociedade civil está aberta para construção dos compromissos para o OGP.

Após a Fase de Análise e a Fase de Criação de Propostas está no ar a terceira fase do
Diálogo Virtual sobre Governo Aberto
no ambiente virtual E-democracia: Redação das Propostas.

Nesta fase as propostas aptas sugeridas pela sociedade civil serão sistematizadas e aprimoradas pelos participantes de forma aberta e colaborativa, com o apoio da equipe de mediação. Não poderão ser apresentadas novas propostas. Ao final, se espera que as propostas resultantes desta etapa atendam a todos os requisitos necessários para serem consideradas pelos órgãos e entidades federais como possíveis compromissos no novo Plano de Ação do Brasil na
OGP
.

O apoio da sociedade civil no aprimoramento das propostas apresentadas é fundamental para torná-las consistentes, factíveis e compatíveis com os requisitos necessários para que tenham maiores chances de serem incluídas no novo Plano de Ação.

Os compromissos podem desenvolver e aprofundar iniciativas já em prática, identificar novos passos para complementar projetos em andamento, assim como iniciar novas ações em áreas ainda pouco exploradas. Para que as propostas de compromissos sugeridas pela sociedade civil sejam consistentes e factíveis, é importante responder a algumas perguntas, na fase de redação:

• Que compromisso deve ser assumido pelo Brasil no plano de ação da OGP?
• Qual o objetivo desse compromisso? Quais os resultados esperados?
• Para efetivar esse compromisso, quais atividades podem ser realizadas pelo Governo
Federal?
• Como verificar se esse compromisso foi cumprido?
• Qual o tempo necessário para a efetivação do compromisso – curto, médio ou longo
prazo?

As propostas apresentadas devem estar em harmonia com os princípios da Parceria para Governo Aberto – (i) transparência, ii) participação social, iii) responsabilização e prestação de contas (accountability), iv) tecnologia e inovação, se enquadrar em algum dos cinco desafios, condizer com a realidade do sistema jurídico- administrativo brasileiro, ser viáveis e se referir a ações cuja implementação seja da competência do Poder Executivo Federal, de abrangência nacional.

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Brasil melhora quatro posições no ranking de combate à corrupção

No índice de percepção da corrupção em 176 países o Brasil alcançou o 69º lugar em 2012

O topo do ranking foi dividido pela Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia, com 90 pontos cada, em uma escala de 0 a 100, onde 0 representa um país muito corrupto e 100 um país muito íntegro. A avaliação é feita por especialistas.

Apesar dos últimos avanços no país, o Brasil obteve apenas 43 pontos, ficando em 69º lugar, no grupo de países com menos de 50 pontos. Chile e Uruguai, países da América Latina, ficaram a frente do Brasil dividindo a 20ª posição, com 72 pontos cada. Os dois países ainda ficaram acima da Espanha, de Portugal e da França.

Para Guilherme von Haehling, Diretor Executivo da AMARRIBO Brasil, organização de contato da Transparência Internacional no país, ainda há muito para ser feito no Brasil. “Esse avanço se deve principalmente ao trabalho que vem sendo feito pela sociedade civil no Brasil. Cada dia mais cidadãos se juntam a luta contra corrupção. Porém, o fato de estarmos em 69º lugar significa que há muito trabalho para ser feito. A luta contra a corrupção tem que ter atenção de toda a sociedade”, disse Haehling.

Para Alejandro Salas, Diretor Regional Para a América Latina, apesar da melhoria o Brasil deve ser exemplo para a América Latina e precisa de mais esforços nessa luta. “O progresso do Brasil está ligado a criação de leis que combatem a corrupção e a impunidade, como a Lei da Ficha Limpa e a Lei de Acesso à Informação. Há um bom momento para o Brasil continuar a construir esforços anticorrupção, de mãos dadas com as crescentes perspectivas econômicas”.

“Nós trabalhamos para que esse avanço do Brasil seja uma tendência e uma evolução para que o país integre os grupos dos países mais íntegros”, afirma Leo Torresan, Presidente da AMARRIBO Brasil.

Para Lizete Verillo, Diretora de Combate à Corrupção da AMARRIBO Brasil, o Brasil está melhorando. O índice bruto não permite uma análise de longo prazo pela mudança anual do número de outros países e outros fatores, porém, de acordo com Lizete, se trabalharmos com percentuais é possível evidenciar esse avanço: “Em 1995, 90% dos países medidos pelo Índice estavam a frente do Brasil, em 2012 esse percentual foi reduzido para 41%”.

Em último lugar ficaram o Afeganistão, Coreia do Norte e Somália com 8 pontos cada.

A metodologia do índice usa opiniões de analistas, empresários e investidores e varia ao longo dos anos.

Confira aqui os resultados do índice.

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Américas: Economias crescem, as democracias encolhem.

O que é que a corrupção tem a ver com isso?

Por Alejandro Salas*

Para as Américas, 2012 foi um grande ano positivo em muitos aspectos. Como importantes
indicadores econômicos e sociais mostram uma melhora, há um sentimento de otimismo
em toda a região, especialmente na América Latina. Enquanto a campanha presidencial nos
Estados polariza ideias e cidadãos, com foco menor sobre a situação econômica, muitos países
da América Latina e do Caribe, têm altas taxas de crescimento e mostram sinais de redução da
pobreza.

As exportações subiram em volume e em valor, as classes médias cresceram significativamente
e o investimento estrangeiro voltou fortemente para a região. As taxas de pobreza diminuíram
mais de 15 por cento na América Latina e no Caribe na última década. Juntamente com estes
desenvolvimentos positivos está o fato de que a democracia parece ter se tornado firmemente
estabelecida como o sistema predominante de governo em uma região onde, há poucas
décadas atrás, ditaduras e guerras civis estavam na ordem do dia.

Todos estes pontos são motivos para comemorar. Mas é essa imagem realmente otimista
quando olhamos com mais detalhes? Ainda temos níveis de corrupção. Como o Índice de
Percepção da Corrupção 2012 da Transparência Internacional, lançado hoje, a América Latina é
a região que apresenta índice abaixo da média global. O índice classifica 176 países de acordo
com seus níveis percebidos de corrupção no setor público, dos quais 32 estão na América
Latina. Dois terços dos países não atingem nem mesmo o meio do ranking mundial – o que
indica que a corrupção é um problema sério em muitos países da América Latina.

Há vários desafios à frente para a região que, se não tratados, podem reverter os progressos
realizados. Um deles é que, apesar do crescimento econômico formal, ainda é a região mais
desigual do mundo. Doze dos 20 países do mundo com maiores níveis de desigualdade estão
na América Latina. Outra das principais questões pendentes para alguns países da região é,
sem dúvida, a governança democrática que vai além do dia da eleição. A democracia não deve
ser vista apenas como o ato de votar em um candidato, mas sim como exercício de nossos
direitos como cidadãos.

A democracia deve ser “vivida” no nosso dia-a-dia. Ao exigir e receber informações para
entender como os nossos impostos são gastos, expressando ideias e opiniões livremente e
sem medo de repressão, ou, por saber que será tratado de forma justa e imparcial por um
Judiciário autônomo e profissional. Estas são apenas algumas das centenas de maneiras
em que um regime democrático que funciona bem, se manifesta. Quando esses recursos
estão faltando, a governança democrática não funciona corretamente, independentemente
da existência de eleições, e o pacto social que permite que as pessoas vivam em paz, na
estabilidade e para o progresso, é severamente prejudicada. Aqui é onde muitos países da
região não conseguem avançar, muitas vezes como resultado de corrupção, suborno e falta de
transparência.

Além disso, tão surpreendente quanto poderia ser, à primeira vista, Honduras e El Salvador
estão entre os países mais violentos do mundo. Honduras é, de fato, o mais perigoso, com
uma taxa de homicídios de 82 homicídios por 100.000 habitantes. Enquanto a média mundial é
de nove casos, a América Latina é de 27.

A desigualdade de renda e a violência estão diretamente ligadas como consequência da fraca
governança democrática e de práticas corruptas. Drogas, armas e seres humanos dificilmente
podem ser contrabandeados sem pagar suborno, abuso dos recursos do Estado é difícil de
conseguir quando há instituições de fiscalização autónomos, e as decisões políticas não
favorecem grupos específicos contra o benefício da maioria, quando não há transparência.
Todos esses fatores, subornos, impunidade e limitado acesso à informação pública, entre
outros, permitem a corrupção.

Infelizmente, existem numerosos exemplos que demonstram que: na Guatemala se tem
registro de 98% de taxa de impunidade, mostrando uma falta dramática de justiça no país. No
México, sete jornalistas foram assassinados até meados de novembro só este ano para fazer
o seu trabalho. Durante a campanha presidencial venezuelana de 2012, se mostrou abusos
de recursos do Estado pelo presidente Chávez , quando, dos 5271 minutos de tempo na mídia
que ele usou, de acordo com a lei, para transmitir questões de assuntos do Estado, de janeiro
a julho, mais de três quartos foram transmitidos em julho sozinho, quando o período de
campanha oficial começou.

É claro que as economias em crescimento, além das Américas, precisam urgentemente de
decisões e ações políticas que suportem uma mais justa distribuição da riqueza e poderes
democráticos. Para chegar lá, a região precisa de líderes que pensam em políticas de longo
prazo, de instituições estáveis ?e modernas, assim como cidadãos capazes e dispostos a exercer
a democracia em suas vidas diárias.

Nos Estados Unidos, historicamente, um dos fatores desafiadores tem sido uma demanda
relativamente baixa para inserir a luta contra a corrupção, na agenda política. No entanto, há
um crescente reconhecimento de que a corrupção é um problema. 81,7% dos cidadãos norte-
americanos acredita que a corrupção política desempenhou um papel importante na crise
financeira, e antes das recentes eleições, eleitores disseram que a redução da corrupção no
governo federal era uma prioridade extremamente importante para o próximo presidente
resolver, logo após a criação de emprego. Agora é o momento, para os políticos decidirem,
agirem.

Na região das Américas como um todo, o país que apresenta a maior variação no Índice de
Percepção da Corrupção deste ano é a Colômbia. Apesar do governo liderado pelo Presidente
Santos pressionar por reformas institucionais, incluindo uma nova lei anticorrupção, agora é o
momento para essas reformas mostrem resultados concretos e para que o sistema judiciário
possa lutar contra a impunidade relacionada à corrupção. Punir aqueles que recorrem à
corrupção é essencial para o país.

No entanto, em alguns países da região, há um bom momento para continuar a construir
esforços anticorrupção, de mãos dadas com as crescentes perspectivas econômicas. Um
exemplo positivo deste ano é o Brasil, onde, juntamente com a aprovação e implementação
de leis importantes como a Lei Ficha Limpa e a Lei de Acesso à Informação e até mesmo o
Mensalão, que mostra o combate à impunidade.

Os tomadores de decisão e os cidadãos não devem se esquecer de que o presente e o
futuro da prosperidade econômica precisa ser acompanhado de governança democrática
e erradicação da corrupção. Se não, o crescimento não ocorrerá e, problemas contínuos e
graves, como a desigualdade e a insegurança dos cidadãos continuarão sendo características
que dificultam o progresso na região.

*Alejandro Salas é Diretor para as Américas da Transparência Internacional

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Dilma apressa Ficha Limpa para servidores

Escândalo de corrupção envolvendo servidores públicos federais fez Planalto cobrar agilidade na edição de decreto

O governo federal deve editar nos próximos dias o decreto que estabelece a “ficha limpa” na administração pública. O texto está sendo elaborado desde o início do ano, mas o Palácio do Planalto cobrou agilidade depois do escândalo de corrupção envolvendo servidores públicos federais infiltrados numa organização criminosa que vendia pareceres técnicos. A quadrilha foi desbaratada durante a Operação Porto Seguro da Polícia Federal. O texto final, após longas discussões entre os órgãos envolvidos, está na Casa Civil para subsidiar a decisão da presidente Dilma Rousseff.

O decreto vai regulamentar as hipóteses de impedimento para posse e exercício de cargos públicos. As regras deverão ser aplicadas para funções comissionadas e membros de conselho ou órgão colegiado. Hoje são mais de 22.000 cargos disponíveis para livre nomeação dos gestores.

Dilma também quer blindar as agências reguladoras de interferências políticas e evitar que fiquem à mercê de interesses particulares. A presidente quer profissionalizar autarquias e filtrar a escolha dos diretores.

A nova legislação deve seguir os moldes de outras adotadas em âmbito estadual, após o julgamento da Lei da Ficha Limpa no Supremo Tribunal Federal. Não poderão assumir cargos públicos pessoas que foram privadas de direitos políticos, que perderam mandato, que foram condenadas pela Justiça Eleitoral por abuso de poder econômico ou político em decisão transitada em julgada, além de condenados por crimes contra o sistema financeiro, tráfico de drogas, contra a vida e dignidade sexual, entre outros.

Fonte: Veja

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Incêndio na Prefeitura de Antonina do Norte

Sala onde estavam todos os documentos financeiros da Prefeitura sofreu incêndio

Enquanto acontecia uma reunião na prefeitura entre o prefeito, ex-prefeito, secretários, advogados e contadores, aconteceu um incêndio dentro da prefeitura. Esse incêndio que dizem ter sido um acidente provocado por um curto circuito, aconteceu justamente em uma sala onde estavam os documentos das prestações de contas, licitações etc.

É estanho acontecer esse incêndio, justamente após o município ter sido fiscalizado pelo TCM, e em consequência desta fiscalização ter sido constatada graves irregularidades na administração do município e o TCM ter instaurado uma Tomada De Contas Especial e que o município provavelmente será alvo de novas diligencias.

Ainda o fato de que o PROCAP também deve esta tomando providências no sentido de apurar a fundo estas irregularidades no sentido de identificar os responsáveis e tomar as providências no sentido de punir estes responsáveis.

Ainda existe o fato de que o Ministério Público Federal também investiga as irregularidades no município de Antonina do Norte, e que também existe a possibilidade de diligencias do MPF e Policia Federal.

Esse incêndio pode ate ter sido acidente, mas o que mais parece é um ato de desespero de pessoas provavelmente envolvidas nas fraudes em tentar destruir provas.

O caso ja foi levado ao conhecimento da PROCAP, TCM e MPF através da ACECCI – Ação Cearense de Combate a Corrupção e a Impunidade. A ACECCI vai acompanhar de perto as investigações que deverão ser feitas pelos órgãos competentes.

Fonte: Alerta Antonina do Norte

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‘No serviço público, o que sua mulher faz interessa’

Estudioso de sistema de proteção a pessoas defende a transparência total de quem está na área

A Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla), coordenada pelo Ministério da Justiça, quer reforçar mecanismos de controle de pessoas politicamente expostas (PEPs). A Controladoria-Geral da União (CGU) e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) preparam para 2013 o lançamento de uma base de dados com registros de todos aqueles que se enquadram na categoria e que atuam na administração pública federal.

A ideia tem o apoio de um dos maiores especialistas em criminologia dos EUA – o professor Nikos Passas, da Northeastern University, de Boston. Convidado ao encontro na Paraíba, Passas defende o aumento da efetividade desse controle e a transparência das informações sobre os que ocupam cargos públicos. “Se você aceitou estar no serviço público tem que se pautar pela transparência, o que sua mulher faz interessa”, afirmou o professor em entrevista ao Estado. Passas elogia o julgamento do mensalão e cobra mais integração dos órgãos públicos. Na 10.ª reunião da Enccla, em João Pessoa, ele exibiu softwares que monitoram PEPs a partir de fontes públicas e um sistema que acompanha transações comerciais entre países, já adotado no Brasil.

Qual a importância de se enquadrar e acompanhar as chamadas “pessoas politicamente expostas”?

Os órgãos de controle fazem isso a partir de base de dados especiais, mas é importante também acompanhar o trabalho da imprensa, que acaba apontando para novas figuras que podem estar servindo de laranja. Não é uma questão de controle total, mas se sou uma PEP e estou recebendo vantagens, não vou usar o meu nome ou dos meus familiares diretos. Então, é preciso buscar essas informações em outros lugares, com atores locais e que sabem, por exemplo, com quem determinado político anda circulando. Bancos e instituições de governo precisam estar atentos a isto e olhar essas pessoas que orbitam também ao redor dos agentes políticos. Os governos não só devem como precisam monitorar de perto as pessoas politicamente expostas.

Como essas regras funcionam em outros países?

Mudam muito de país para país. Em alguns países os dados são completamente abertos. Você tem acesso inclusive a informações sobre a família daquele que é considerado politicamente exposto. Você sabe onde a mulher trabalha, que bens tem, o que os filhos fazem… Nos Estados Unidos, por exemplo, todos esses dados estão registrados e disponíveis para o acesso.

Qual a sua opinião sobre a publicidade de informações consideradas”pessoais ” daqueles que ocupam cargos públicos?

É sempre um assunto controverso. Eu acho que se você aceitou estar no serviço público tem que se pautar pela transparência e ser aberto. Não há outra forma de fazer isso que não seja divulgando esses dados. Se você esta no serviço público, interessa o que a sua mulher faz, que bens vocês possuem, o que seus filhos fazem. Não e mais uma questão deles e isso e inevitável. Todo mundo é parte desse sistema. Do contrario, vamos permitir que muitos crimes continuem ocorrendo. O histórico indica que os criminosos usam seus familiares para cometerem crimes. Chega um momento em que os governantes precisam avaliar a importância de dois valores: a privacidade e o accountability (controle social). O sigilo de dados do serviço público não pode ser tratado como aquele que garante o segredo ao medico e ao padre, por exemplo.

Qual a sua percepção sobre o trabalho do Judiciário brasileiro no casodo mensalão?

Muito importante. Não há regra que será observada se não houver punição para aqueles que a descumprem. A validade de um conjunto de leis só ficara gravada na mente de uma sociedade quando há uma sinalização para aqueles que a violam. A impunidade é a receita do desastre.

Fonte: Estadão On Line

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